quarta-feira, 18 de março de 2009

Redemoinho

Quais escolhas você fez em sua vida? Que momentos são os mais importantes? Qual o papel que sua consciência teve em suas decisões? Houve alguma decisão realmente? Ou apenas um acumular de situações que tomaram sentido depois de ocorridas?

Percebemos o quão pouco podemos decidir realmente? Percebemos que muito de nossa personalidade, objetivos e conquistas nada tem de planejado? Que, ao contrário, existe uma infinidade de detalhes, de acontecimentos, de situações que escapam totalmente ao nosso controle e que terminam por determinar o que somos, o que defendemos, o que acreditamos ser o mais original em nossas vidas.

São perguntas que sempre voltam, que sempre burilam minha consciência nessas madrugadas mudas.

Transito entre o mundano e o sagrado, um oscilar cônscio e vigiliante. Deleitar-me em pecado, ajoelhar-me perante o perdão divino. Creio, mas deixo que meus demônios carreguem-me por suas sendas maculadas.

Eis o mais triste pecador, aquele que comete atos impuros pelo simples prazer de ser capaz de fazer, de agir.

Depois é sorrir sarcásticamente para os outros, como a dizer : "Não tenho receios ou pudores, sou o que sou." E por dentro saber-se o mais covarde dos Homens.

Nesse redemoinho chamado vida, quais são os momentos eternos? Quais as palavras que permanecem? Qual o toque carinhoso que sempre será lembrado? Quais desejos são permanentes?

Se me fala de Liberdade, respondo com "Que Liberdade?"
Se me fala de Caminho, pergunto "Qual Caminho?"
Se acredita que realmente fará diferença, ouso dizer "Quem disse que o mundo quer que você faça alguma diferença?"
Se a Felicidade é tudo que importa, pergunte-se "É o Homem, um ser capaz de suster sua própria felicidade?"

Não acuse-me de casuísmo, não é este o ponto. Apenas diviso a pequenez de nossa existência. A pequenez de nossas decisões e escolhas. Dia após dia, deixo cada vez mais os acontecimentos nas mãos da Providência. Educar a alma, os sentimentos, o corpo, para aceitar o que é e ser fortaleza nesse tufão irrefrável chamado vida.

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